sábado, 30 de janeiro de 2010

Leitura recomendada

Aconselho-vos a leitura do livro “Portugal, Hoje: O Medo de Existir” da autoria do filósofo e professor catedrático José Gil - considerado um dos 25 grandes pensadores do mundo inteiro pela revista internacional “Nouvel Observateur”. É um livro acessível a todos, de fácil leitura, escrito num tom vivo e pungente.

A obra versa sobre o tema da inveja e do medo existentes em Portugal, denunciando e dissecando alguns dos traços caracteristicamente lusos que explicarão o atraso do país a vários níveis. O autor aponta como factores paralisantes, a televisão, a mediatização, o medo, a inveja, a queixa constante, entre outros. Ao longo da obra, o autor vai expondo as razões pelas quais os portugueses assumem este tipo de comportamento e cuja sociedade ele classifica ainda de infantil.

Julgo que a leitura deste livro é importante, uma vez que nos faz pensar e a reflexão leva-nos necessariamente a mudar, a agir e a crescer. Esta obra não é uma visão fatalista de um modo de ser tipicamente português, mas sim um alerta para que a nossa sociedade tome consciência daquilo que tem de ser mudado, para que, individual e colectivamente, possamos aceder a patamares mais ricos e construtivos.

Uma boa leitura!
Abraço fraterno!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Intuição

Intuição é uma palavra que deriva da expressão de origem latina "In tueri", que significa "olhar para dentro". A intuição é normalmente entendida como um "sexto sentido", uma voz interior. Para o pensamento pós-modernista da Nova Era, existe em nós uma consciência instintiva que funciona como um guia para as nossas acções. Para autores como Ellen Campbell e J.H.Brennan "a intuição é o resultado de uma capacidade especial ou de uma afinidade para com o objecto considerado”.

Alguns estudos sobre o processamento automático, a memória, o funcionamento do cérebro direito, as emoções instantâneas, a comunicação não verbal e a criatividade têm demonstrado que existe no ser humano uma capacidade intuitiva.

As ciências cognitivas têm vindo a revelar que o pensamento ocorre no segundo plano da mente humana. Segundo a neurologia - a área da medicina que estuda o funcionamento do cérebro - quando uma mensagem intuitiva surge na mente, o lado direito do cérebro encaminha essa mensagem para o lado esquerdo, que se encontra ligado ao intelecto e à razão. No momento em que essa informação é interpretada, o organismo liberta substâncias químicas, que vão estimular a actividade cerebral. O pensamento, a memória e o comportamento operam, assim, em dois níveis: o consciente/intencional e o inconsciente/automático, tratando-se uma forma de processamento duplo e simultâneo.

Para mim, numa primeira instância, intuimos/sentimos e só posteriormente é que o nosso cérebro vai reflectir e interpretar.

A intuição é muito importante, pois alimenta a nossa criatividade, intelecto, percepção de amor e espiritualidade, porém, a ciência faz notar que pode ser perigoso deixarmo-nos levar apenas pela intuição, desprezando o bom senso e a lógica. Bergson, por exemplo, acreditava que a razão não podia ser inimiga da intuição e que as duas deviam caminhar lado a lado, tal como a ciência (conhecimento do absoluto) e a filosofia (a relatividade do conhecimento).

Devemos, assim, procurar alcançar um meio-termo entre o pensamento intuitivo e pensamento lógico. Actualmente, o uso da intuição como instrumento ou ferramenta de gestão tem-se revelado indispensável, já que, mais do que nunca, vivemos num mundo em acelerada e constante mutação. Os líderes e gestores que detêm uma forte intuição e capacidade visionária, que conseguem “ver” a médio e longo prazo e intuitivamente escolhem o melhor caminho, tendem a ter mais sucesso e a serem mais eficazes. Podemos observar que muitos sucessos empresariais surgem por meio da intuição, o que motiva a determinação e a vontade de ir mais além, experimentando caminhos ainda não trilhados. É o caso da empresa norte-americana Apple, que actua no universo da tecnologia, e que, frequentemente, lança produtos inovadores e práticas originais, fazendo uso da sua apurada intuição e visão futurista.

Com efeito, grandes descobertas só podem ser viabilizadas com o uso da intuição, todavia, a vida moderna (contexto cultural, social, racional) afasta-nos, muitas vezes, da intuição, devido ao enorme receio que temos em falhar. Em situações de pressão e stress, cada vez mais frequentes na nossa rotina de trabalho, o que temos, muitas vezes e apenas ao nosso alcance, é a nossa intuição que, aliada à lógica, nos vai ajudar a decidir com acerto, exigindo de nós uma grande autoconfiança, flexibilidade e capacidade de resiliência.

Não se esqueça que “Provamos através da lógica, mas descobrimos a partir da intuição” (Jules Henri Poincaré).

Abraço fraterno!

Referência bibliográfica: Campbell, E. & Brennan, J.H., "Dicionário da Mente, do Corpo e do Espírito", Editora Mandarim, S.Paulo, 1997).

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